8 de março de 2013
Dia da
Mulher é parte da história de lutas e conquistas da classe trabalhadora
Muitas
foram as canções que embalaram, ao longo dos anos, a vida e a luta das
mulheres, no Brasil e no mundo. A “Maria, Maria”, de Mílton Nascimento,
tornou-se quase que um hino. Sim, porque nós temos “força, raça e sonho...
sempre”. E vamos à luta, é claro.
Os
números ainda navegam em sentido contrário: em média, ganhamos menos,
trabalhamos em condições menos favoráveis, sofremos mais com o desemprego.
Mas
também temos avanços a comemorar. Hoje, ocupamos praticamente a metade do
mercado de trabalho e não nos furtamos à luta! O mesmo capitalismo que nos
explora e faz da discriminação um instrumento de ganhos extras,
contraditoriamente nos agrupa enquanto trabalhadoras, o que nos traz as
condições para nos organizarmos e lutarmos!
O
Sinteps parabeniza as companheiras pela passagem de seu dia. O Sinteps seguirá
organizando a categoria como um todo, em defesa de melhores salários e
condições de vida, por um ensino público, gratuito e de qualidade para todos! E
seguirá contribuindo, também, pela igualdade entre homens e mulheres e pela
superação de todas as desigualdades e discriminações na sociedade!
Ato
unificado em São Paulo
Várias
entidades sindicais e populares, entre elas o Sinteps, estão organizando um ato
unificado em comemoração ao Dia da Mulher. Vai ser na sexta-feira, 8 de março
de 2013, na Praça da Sé, com concentração a partir das 13 horas.
O
Sinteps convida as trabalhadoras e trabalhadores que puderem comparecer a
estarem presentes.
Mulher
X mercado de trabalho
O recente estudo “Igualdade
de gênero e crescimento econômico no Brasil”, produzido pelo Banco
Mundial, mostra que as brasileiras representam 44% da força de trabalho
nacional e que, em média, a hora de trabalho de uma mulher ainda vale um quarto
a menos do que a de um homem. Em outras palavras, elas ainda ganham 75% do que
eles recebem.
Enganam-se os que atribuem esse
desnível à falta de experiência profissional ou ao nível de educação das
trabalhadoras. Outra pesquisa recém-divulgada – o relatório Education at a Glance,
publicado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico
(OCDE) – mostra que a proporção de mulheres brasileiras com títulos acadêmicos
de nível superior é maior que a de homens: elas são 12%, enquanto eles são 10%,
mas isso não se reflete no mercado de trabalho.
Em média, a mulher brasileira com nível superior ganha apenas 61%
do que recebe um homem com o mesmo nível de instrução. Dentre os países que
fazem parte da OCDE, essa discrepância é um pouco menor: a renda da mulher com
nível superior é 72% da do homem. Os países mais próximos da igualdade são
Reino Unido (82%) e Espanha (89%). Embora o Brasil não seja membro da OCDE,
formada majoritariamente por nações europeias, os dados do país foram incluídos
no relatório para fins de comparação.
Ambas as pesquisas refletem a discriminação de gênero que ainda
permeia o mercado de trabalho no Brasil, embora a Constituição Federal seja
explícita ao prever direitos iguais para homens e mulheres.
No serviço público
No serviço público, formalmente os salários são iguais para homens
e mulheres. No entanto, a discriminação ocorre de modo mais sutil. Não raro,
eles têm maiores oportunidades de ascensão na carreira, na indicação para
postos de confiança etc.
Um pouco da história
As origens do 8 de Março têm
relação direta com as lutas da mulher, mais especificamente das operárias
têxteis de Nova York. Em 1857, elas protagonizaram uma greve que durou semanas
e que foi duramente reprimida pelos patrões e pela polícia. Esta greve é
comumente confundida com um outro episódio protagonizado pelas operárias
novaiorquinas, em 1911, quando um trágico incêndio na fábrica de roupas
Triangle matou mais de 100 mulheres.
A greve de 1857 é considerada o
pontapé inicial num conjunto de lutas femininas que ganharia grandes proporções
no início do século 20. Ela foi a primeira a levantar várias reivindicações num
momento em que as mulheres começavam a ingressar mais nitidamente no mercado de
trabalho e a sofrer com a superexploração capitalista.
Nos Estados Unidos e em vários
países, A greve de 1857 começou a ser lembrada no final de fevereiro ou início
de março dos anos seguintes, impulsionando novas mobilizações e atos públicos.
Em 1907, no dia 8 de março, operárias e mulheres socialistas de Nova York
convocaram a “Marcha da fome”, para lembrar 1857 e reivindicar A diminuição
da jornada de trabalho para 10 horas, melhores salários e condições de
trabalho. Também é neste ano que o Partido Socialista Norte-Americano cria um
comitê de mulheres pelo direito ao voto – o sufrágio feminino – somando este
aspecto mais geral às reivindicações econômicas.
Em 1910,
durante o II Congresso Internacional das Mulheres Socialistas, realizado na
Dinamarca, a militante do Partido Social-Democratca Alemão Clara Zetkin,
editora do jornal partidário Igualdade,
propôs que se estabelecesse um dia para marcar a luta mundial das mulheres.
Assim, o 8 de Março foi aprovado como Dia Internacional da Mulher.
Destas
sementes históricas, brotaram várias conquistas, como a melhoria das condições
de trabalho da mulher, a inserção de benefícios (como o seguro-maternidade) e a
conquista do sufrágio universal.
O
primeiro país a garantir o direito ao voto para as mulheres foi a Nova
Zelândia, em 1893. Em seguida, veio a Austrália, em 1902. Nos Estados Unidos, o
direito foi sendo implantado em alguns estados, até que, em 1920, a luta das
mulheres conseguiu estendê-lo a todo o país.
No Brasil,
a conquista do sufrágio feminino consolidou-se no dia 24 de fevereiro de 1932, durante
o governo de Getúlio Vargas, com a promulgação de um novo Código Eleitoral. A
primeira deputada estadual eleita pelo voto popular foi Maria do Céu Fernandes,
no Rio Grande do Norte, em 1935.
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