As
eleições municipais e o uso escancarado do Ensino Técnico e Tecnológico do
Ceeteps
As eleições municipais já estão em ritmo acelerado.
A população de todos os municípios do estado de São Paulo assiste aos
candidatos fazendo uma insistente propaganda do Ensino Técnico e Ensino
Tecnológico do Centro Paula Souza.
Todos dizem ser um ótimo ensino, que prepara os
jovens para o mercado de trabalho e aumenta suas chances de uma vida melhor.
Boa parte destes candidatos evoca para si o grande
feito de levar até os municípios esta modalidade de ensino, transformando-o em
plataforma eleitoral.
A população paulista deve saber que toda moeda tem
duas faces. Se, por um lado, são verdadeiras algumas das afirmações citadas,
falta a todos estes candidatos dizer que, se ainda há alguma qualidade no sistema
Paula Souza, é resultado único e exclusivo do trabalho de professores e
funcionários das Escolas Técnicas e Faculdades de Tecnologia, que atuam com
dedicação e profissionalismo, e dos alunos, que demonstram interesse e
sagacidade.
A expansão das unidades, que começou em 2000, veio
acompanhada de um período imenso de arrocho salarial. De 2000 até os dias de
hoje, houve apenas quatro reajustes salariais: em 2004, 20% (professores) e 11%
(funcionários), em função de uma greve de 80 dias; em 2005, 10% para todos,
ainda como resultado da greve de 2004; em 2011, 11% para todos, como resultado
de outra greve da categoria; em 2012, 10,2% para todos, consequência direta da
greve do ano de 2011, para evitar nova greve em ano político.
Sem greve, nunca houve o reconhecimento das
reivindicações salariais e das condições de trabalho dos professores e
funcionários do Ceeteps, que ainda amargam o total desrespeito à sua política
salarial. A lei nos garante os mesmos percentuais pagos nas universidades
estaduais paulistas (os índices do Cruesp), mas o governo a desrespeita desde
1996. Esse direito, aliás, vem sendo reconquistado aos poucos, através de
decisões judiciais.
Os salários praticados no Ceeteps são os mais
baixos do Brasil, comparados a redes de mesma formação.
Não há pagamento de vale alimentação para todos os
trabalhadores. Para os que recebem, o valor diário é de miseráveis R$ 8,00.
Descumprindo a lei e duas sentenças judiciais, o
SESMET (Serviço de Segurança e Medicina do Trabalho) não existe no Ceeteps.
Assim, aos trabalhadores não é permitido ficar doente no Sistema Paula Souza, a
não ser que tenham prejuízo financeiro e funcional.
Estes são apenas alguns exemplos de como são
tratados os profissionais das ETECs e FATECs do Centro Paula Souza. Portanto, não
se enganem, não votem em políticos que prometem realizar aquilo que não está ao
seu alcance.
A Educação Profissional e Tecnológica ainda é boa,
mas falta dinheiro, faltam professores, faltam funcionários e, se políticos
apenas se interessarem por ela em épocas eleitorais, em breve, faltará
qualidade também.
Os paulistas merecem uma educação melhor.
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